Sento-me à minha banca de trabalho.
Vou começar uma obra que há muito tempo medito.
Traço as primeiras linhas.
Ergo-me desiludido.
Não posso admitir as minhas ideias.
Elas parecem-me vulgares.
Não creio na minha obra. Duvido se serei um artista. O outro é que tem razão.
Se eu fosse um artista seria belo.
Mário de Sá Carneiro