temos um som assustador preso nas mãos
al berto
temos um som assustador preso nas mãos
al berto
[de contar os dias pelos dedos]
Não sei se dura sempre esse teu beijo
Ou apenas o que resta desta noite
O vento, enfim, parou
Já mal o vejo
Por sobre o Tejo
E já tudo pode ser
Tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece
Sérgio Godinho
Não consigo evitar. Posso passar horas a olhá-la.
a minha escrita é eco
de escritas passadas
Alphaville [Godard]
Persona [Bergman]
a primavera à flor da pele
Blue Velvet [David Lynch]
nas tuas mãos começa o precipício
luís miguel nava
And you live your life with your arms stretched out.
Eye to eye when speaking.
Enter rooms with great joy shouts,
happy to be meeting.
And bright,
bright,
bright as yellow,
warm as yellow.
And I do not want to be a rose.
I do not wish to be pale pink,
but flower scarlet, flower gold.
And have no thorns to distance me,
but be bright,
bright,
bright as yellow,
warm as yellow.
Even if I’m shouting, even if I’m shouting here
inside.
Even if I’m shouting, do you see that I’m wanting,
that I want to be so
bright,
bright,
bright as yellow,
warm as yellow.
Innocence Mission
Habituo-me à nova casa. À solidão.
Tudo está calmo. Espero por mim. 1 Janeiro
Tudo me parece uma traição a tudo. Falta-me o ar. 11 Março
Há um lado de jogo e de sedução do qual ainda não me libertei. Faz parte de mim – está apenas mais “educado”. 14 Março
Certos trabalhos são como um castigo que tenho de cumprir. A vida adulta presenteia-nos assim. 20 Março
Dizem-me que estou viciada no trabalho. Respondo que não. 7 Maio
Pensava eu andava a escrever no diário regularmente. Afinal, conto cinco folhas preenchidas desde Janeiro. 23 Agosto
Às vezes custa este dia-após-dia. 30 Agosto
Demorei meses para acabar com ela e agora demoro meses para aceitar que acabou. 14 Setembro
Amanhã é dia de eleições. É tudo uma mentira tão grande que resta-nos apostar em quem mente um pouco menos. 9 Outubro
Começo cinco coisas ao mesmo tempo e desisto de tudo dez minutos depois. Não me suporto. 22 Novembro
Penso sempre que amanhã irei passear ao Rossio, olhar para Lisboa, ver o que julgava não existir. Será sempre amanhã. 22 Novembro
Reencontrei “C”. Seis anos sem vê-la e ontem estava ali. Já não é tão bonita. Se calhar, já nem é bonita. Mas reconheço-a ainda. 21 Dezembro
Vivo devagar. Este ritmo não me serve bem, mas ajusto-me a ele. 22 Dezembro