I did my best, it wasn’t much
I couldn’t feel, so I tried to touch
I’ve told the truth, I didn’t come to fool you
And even though it all went wrong
I’ll stand before the Lord of Song
With nothing on my tongue but Hallelujah.
Leonard Cohen
I did my best, it wasn’t much
I couldn’t feel, so I tried to touch
I’ve told the truth, I didn’t come to fool you
And even though it all went wrong
I’ll stand before the Lord of Song
With nothing on my tongue but Hallelujah.
Leonard Cohen
Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem
Sophia de Mello Breyner Andresen
Nunca mais regressaste a casa desde agosto.
Eu fiquei sentado na soleira da porta à espera
da cura. Brincava ocasionalmente com o fogo,
porque era a tua voz que me trazia o outono,
era a fuligem nas tuas mãos que me ensinava
a hermenêutica dos dilúvios e a mecânica
da extinção das espécies.
Eu fiquei incendiado
em compartimentos sem atributos térmicos,
manuseando de um modo temerário coisas
como dogmas ou outros objectos teosóficos.
Mas nunca mais regressaste a casa e eu aprendi
a soletrar silenciosamente o teu regresso.
José Rui Teixeira
e puxei-o para mim para que sentisse os meus seios só perfume
sim
e o coração dele batia loucamente
e sim
disse eu
sim eu quero
Sim
james joyce
devia pertencer àqueles que amam calmamente, para quem a loucura no amor é um jogo para o qual não têm paciência. mas estes amores – estes pelos quais poderíamos morrer – são um inferno de sensações que me devolvem à vida. são estes amores que me empurram para a escrita.
fragmentos de 2011
estava ali, frente à tua casa, a olhar para a varanda onde aparecias quando tocava à campainha. eu estava ali, como se te esperasse, como se pudesses voltar.
Non abbiamo che questa virtù: cominciare
ogni giorno la vita – davanti alla terra,
sotto un cielo che tace – attendendo un risveglio.
Cesare Pavese
é perversa a ausência da escrita.
quando tudo em mim está calmo, não escrevo. mas não escrever é como respirar mal.
se não escrevo, sinto que vivo à superfície das coisas. quando a dor é intensa, escrevo ininterruptamente, estou no centro de mim.
daqui se depreende que preciso da dor para me sentir inteira.
haverá alguma vez equilíbrio em mim?