ode à alegria

Só amamos
aquilo que amamos em vão.

Tenta outra sonda de rádio
quando dez tiverem falhado,
toma duzentos coelhos
quando cem tiverem morrido:
só isso é ciência.

Perguntas o segredo.
Tem um só nome:
de novo.

No fim
um cão traz nas mandíbulas
a sua imagem na água,
pessoas fixam a lua nova,
amo-te.

Como cariátides
os nossos braços erguidos
seguram o peso do granito do mundo

e derrotados
venceremos sempre.

Miroslav Holub

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