julho arrefeceu os lençóis
madrugadas de papel forraram paredes

choro quando caminho por lisboa antiga
a grande avenida no início da noite
águas subterrâneas conduzem-me para o cais

hei-de esvaziar o tejo e enchê-lo novamente
pedir-te que escrevas um poema e o leias ao contrário
fazer acrobacias contigo na torre do castelo

adormecer esta noite numa rua de meninas
e acordar com as mãos cobertas de azul.

1999

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

*

You may use these HTML tags and attributes: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <strike> <strong>